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quarta-feira

MINHA VELHA NOVA FAMÍLIA



Eu amava muito aquela senhora ,magra ,com mais de 60 primaveras vividas, de personalidade forte e acima de tudo corajosa. Foi ela que me fez ser o que hoje sou, destemida e também de personalidade forte.
Com ela fui feliz, mesmo depois de saber que não havia saído de dentro dela, para mim não era tabu, levava isso com a mais pura maturidade , apesar de ter somente 10 anos (se bem me lembro).
Por pouco não a vi partir, talvez tenha sido melhor assim,eu desci para falar algo com um amigo e quando subi ,ela já havia partido. Costumo dizer que ela partiu mas não me deixou, pois sei que onde ela estiver ela toma conta de mim.
Em menos de 6 meses de sua partida, conheci uma mulher e sua pequena e gordinha filha, o nome dela era Ormi (era e continua sendo), uma mulher jovem de cabelos longos e com uma aparência um tanto que familiar.Parecia com uma pessoa que eu via quando me olhava no espelho .
Sua filha parecia uma criança alem de bem cuidada, também mimada, ela pedia coisas sem parar, a toda hora interrompia a conversa que para mim não interessava.
Sinceramente não me interessava.
Quando ela me disse que eu tinha um irmão apenas com um ano a mais que eu, aí sim a conversa começou a me interessar, pois eu sempre quis ter um irmão ou irmã com pouca diferença de idade em relação a minha para compartilhar a vida.
Então marcamos (eu e duas amigas) de irmos até a sua casa para conhecermos meu tão esperado irmão, a sensação que eu tinha é que minha mãe (a de criação), estava viva e teria ido a para maternidade dar a luz e que logo, logo me traria pelas mãos um irmão mais velho (risos).
Então chegou o grande dia, fomos até sua casa entramos e seguimos ate a cozinha, era uma casa estilo apartamento bem simples, os cómodo eram irregulares e faltava conforto, meu irmão estava no banho quando chegamos e assim que ele saiu secando ainda os cabelos , quase tivemos um "treco" no coração, pois aquele garoto era o Alex, sim o Alex do baile que frequentávamos, um "gatinho", mas o problema não era esse, eu fiquei imaginando que o pior poderia ter acontecido se por um acaso eu sem saber que éramos irmãos nos tornássemos mais que meros frequentadores de baladas e passássemos a ser namorados ou "ficantes" como se diz hoje em dia.
Depois desse dia quando eu ia ao baile a primeira coisa que eu fazia era procurar o meu irmão, era como se ele tivesse devolvido para mim algo que eu perdera com a ida de minha mãe, ele havia me dado de volta a sensação de ter novamente uma família, talvez ele nem saiba disso, mais eu o amo de paixão e não a nada neste mundo que me faça acreditar que nós não brincávamos juntos várias e várias vezes quando éramos crianças.
Pena que esse convívio durou pouco, não pude curtir por muito tempo meu irmão por que logo depois ele foi para Espanha a procura da sua margem do Ipiranga. Ate hoje lá está e eu aqui na torcida.
Lá ele formou sua nova família, me deu dois lindos sobrinhos e uma cunhada ciumenta e apaixonada por ele e isso é bom, só ela deve saber o trabalho que ele dá.
Lá ele fez novos amigos, cresceu como homem e a cada dia se fortalece nos seus problemas, espero de coração que algum dia ele possa olhar para trás e conseguir ver que tudo que vivi neste pouco tempo como sua irmã foi eterno e verdadeiro.
Nunca pensei em fazer algo para impressioná-lo, pelo contrario , continuei com o mesmo jeito de antes e o mais legal nisso tudo que ele nunca me desprezou.
No dia em que ele viajou, fui ate ao aeroporto acompanhada de Ormi ,Priscila e Silas tinha mais alguém que eu não lembro agora quem era, e enquanto eu olhava para ele eu fiquei lamentando o pouco tempo que durou e fiquei me lembrando a s vezes que eu dormia ao seu lado depois que voltávamos do baile, isso aconteceu pouquíssimas vezes e ficávamos de palhaçada contando vantagens um para o outro, duvido que ele se lembre disso, mas eu nunca vou me esquecer, pois cada segundo ao lado do meu novo irmão era precioso pois eu nunca me dera bem com minha irmã de criação e ate por que ela tinha idade para ser minha mãe e assim ela fazia, cuidava de mim com mãos de madrasta (as boas madrastas que me perdoem, mas se fossem boas seriam boadratas).Quando conheci a Ormi ela ainda não havia morrido, isso aconteceu (sua morte) uns dois anos depois, em meio a isto , eu ouvia todos os dias que eu deveria ir morar com a Ormi uma vez que eu a conhecera, mas eu não queria , eu gostava do meu bairro, dos meus amigos e do meu colégio e além do mais o Alex já não estava mais lá, caso contrário eu já teria ido.
Foi difícil para eu aceitar que não havia só o Alex como família, pois eu ainda carregava a mágoa por ter sido dada quando pequena e não considerava muito a Ormi e a culpava de ter me tirado a oportunidade de ter tido uma infância dividida com um irmão e uma irmã.
Agora tudo mudou, sou mãe, adulta e não guardo mágoas (elas causam câncer).

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